Ementa: O entendimento do Jornalismo Científico como um campo de estudos passa pela compreensão da produção científica, da educação científica e da percepção social de ciência. Integra, também, uma ampla análise sobre o jornalismo em si. Com esse foco, a presente disciplina está dividida em duas partes. Na primeira, introdutória, fortemente pautada por análise de dados (Capes, Inep-MEC, Pisa-OCDE, Scimago, WoS, THE, MCTIC), fazemos um mergulho na institucionalização e no estado da arte da ciência brasileira, analisamos a educação científica de base dos brasileiros e entendemos como a sociedade brasileira percebe, conhece, interessa-se e se engaja pela ciência, pelos cientistas e pelas instituições científicas no Brasil. Na segunda parte, por meio de literatura, de análise de mídia e de conversa com convidados, debatemos o histórico e estado da arte do jornalismo no Brasil: o que o jornalismo entende por “ciência”, quais fontes são ouvidas nas reportagens, quais veículos de comunicação cobrem assuntos científicos, quem são os jornalistas brasileiros e sobre o que escrevem. Todas as aulas são ativas estão organizadas para serem ministradas presencialmente ou por zoom. A proposta é que cada aluno desenvolva um trabalho final que conecte o Jornalismo Científico ao seu tema de pesquisa no mestrado (proposto ou em andamento).
Avaliação: os alunos serão avaliados a partir de três textos elaborados ao longo do curso (15% da nota cada), de participação em debate na sala de aula (15%) e do trabalho final (40%).
Bibliografia obrigatória
AAAS (s/d) Why public engagement matters? Do Center for Public Engagement with Science and Technology, da American Association for the Advancement of Science (AAAS)
ALVES, G. (2019) Brasileiro é otimista quanto à ciência, mas confiança cai, diz pesquisa. Texto publicado em 22 de julho na Folha de S.Paulo.
CGEE (2019) Percepção Pública da C&T no Brasil – 2019. Resumo Executivo. Brasília: Centro de Gestão e Estudos Estratégicos, 2019.
GOIS, A.(2019) Os jovens e a ciência no Brasil. Coluna de Antônio Gois em O Globo.
MASSARANI, L. CASTELFRANCHI, Y., FAGUNDES, V e MOREIRA, I. (2019) O QUE OS JOVENS BRASILEIROS PENSAM DA CIÊNCIA E DA TECNOLOGIA? Resumo executivo.
RIGHETTI, S. (2018) Ciência na mídia: onde estão os estudos de pesquisadores brasileiros? In COMCIÊNCIA E DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA. Carlos Vogt, Marina Gomes, Ricardo Muniz (orgs). Labjor, 2018 (pp 23-30)
RIGHETTI, S. e GAMBA, E. (2019a) Alvos de corte, universidades federais deram salto de produção em 10 anos. Texto publicado dia 30 de abril de 2019 na Folha de S.Paulo.
RIGHETTI, S. e GAMBA, E. C. (2019b) Categorização do Ensino Superior no Brasil: Diversidade e Complementaridade. Repensar a Universidade: Impactos para a Sociedade. Organizador: Jacques Marcovitch (pp 139-150)
VOGT, C.,KNOBEL, M. EVANGELISTA, R. A. FIGUEIREDO, S.P., CASTELFRANCHI, Y., RIGHETTI, S. (2010). Percepção pública da ciência e tecnologia no estado de São Paulo. In SUZIGAN, W., FURTADO, J.E.M.P., GARCIA, R.C. (coord). Indicadores de ciência, tecnologia e inovação em São Paulo. Fapesp, 2010, p. 12-7 a 12-51 do vol.2
VOGT, C (2003). A espiral da cultura científica. ComCiência, jul. 2003.
XAVIER, A.A, BARATA, G. HAFIZ, M. TERCIC, L. (2020) Covid-19 aproxima cientistas da mídia de maneira inédita. Jornal da Unicamp, 2020.
Vídeos e Podcasts
Como explicar o fenômeno terraplanista? (podcast, 2019)
O abraço corporativo (filme, 2009)
Entrevista Átila Iamarino no Roda-Viva (2020)
Sabine Righetti entrevista com Átila Iamarino e Natália Pasternack (2020)
Sai da toca, cientista! Canal Espaço Recíproco (2020)
Literatura
Butler, Octavia (2017) Kindred – laços de sangue. Ed. Morrobranco, 2017.
Hawking, Stephen (2015). Uma breve história do tempo. Ed. Intrínseca, 2015.
Kolbert, Elizabeth (2015). A sexta extinção – uma história não natural. Ed. Intrínseca, 2015.
Nogueira, Salvador (2015). Ciência proibida – as experiências científicas mais perigosas, assustadoras e crueis já realizadas. Ed. Abril/Superinteressante, 2015.
Pasternack, Natália e Orsi, Carlos (2020) Ciência no cotidiano – viva a razão, abaixo a ignorância. Ed. Contexto, 2020.
Saini, Angela (2017) Inferior é o caralho. Eles sempre estiveram errados sobre nós. Ed. Darkside, 2017.
Skloot, Rebecca (2011). A vida imortal de Henrietta Lacks. Ed. Cia das Letras, 2011.
Bibliografia complementar
BAUER, Raymond (1966) Social indicators Massachusetts : MIT Press, 1966. 357 p. Language: English.
BODMER, W (1985). Public understanding of science. London: Royal Society, 1985.
Inep-MEC (2015) Censo de Ensino Superior de 2015.
CGEE (2015) A ciência e a tecnologia no olhar dos brasileiros. Percepção pública da C&T no Brasil: 2015. – Brasília, DF: Centro de Gestão e Estudos Estratégicos. Ver site interativo.
DAZA, S.; Arboleda, T. (2007) Public Communication of Science and Technology in Colombia: ¿Policies for the Democratization of Knowledge? Signo y Pensamiento 50 · volumen xxvi · enero – junio 2007.
GALLUP. (1987) O que o brasileiro pensa da ciência e da tecnologia?. Relatório. Rio de Janeiro, 1987.
JANUZZI, Paulo. (2017) Indicadores sociais no Brasil: Conceitos, fontes de dados e aplicações. Campinas: Editoras Átomo e Alínea, 2017.
LEWENSTEIN, B.V. Models of public communication of science and technology. Public Understanding of Science, Ithaca, p.01-11, 16 jul. 2003.
LOPES, R. J. (2019). Universidades públicas produzem mais de 90% da pesquisa do país; resta saber até quando. Texto publicado na Folha de S.Paulo em 21 de abril de 2019.
MCT (2010) Percepção Pública da Ciência e da Tecnologia – resultados da enquete de 2010.
NEXO (2019) O elo partido entre ciência e tecnologia no Brasil
ORSI, C. (2019)Vacinas, evolução, transgênicos: pesquisa revela crenças dos brasileiros. Texto publicado na revista do Instituto Questão de Ciência.
PINTO, A.E. de (2009) Jornalismo Diário. Reflexões, Recomendações, Dicas e Exercícios. SP, Publifolha, 2009.
s/a (2019) Corte orçamentário de 42% em ciência e tecnologia preocupa entidades. Texto publicado em 3 de abril de 2019 na Folha de S.Paulo.
SIMÕES, S.; PEREIRA, M.A.M. A arte a de fazer perguntas: Aspectos cognitivos da metodologia de survey e a construção de questionário. In: Aguiar, M. Desigualdades sociais, redes de sociabilidade e participação pública. Belo Horizonte. Ed. UFMG, 2009.
VELHO, L. Conceitos de Ciência e a Política Científica, Tecnológica e de Inovação. Sociologias, Porto Alegre, ano 13, n. 26, jan./abr. 2011, p. 128-153.