PÓS-GRADUAÇÃO MESTRADO
DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA E CULTURAL

Tópicos Atuais em Ciência e Cultura

JC003-A | Tópicos Atuais em Ciência e Cultura

Docente: Profa. Dra. Márcia Maria Tait Lima
Horário: Quinta-feira das 09h às 13h
Local: Sala de aula do Labjor

Epistemologias situadas e engajadas – corpos, contextos e políticas na produção de conhecimentos e futuros possíveis. O curso estará voltado a (re)pensar a produção de conhecimentos a partir de algumas “epistemologias situadas e engajadas” desenvolvidas por teóricos/as e coletivamente (movimentos sociais, organizações, coletivos, associações, etc.). O termo situado refere-se, principalmente, a perspectivas feministas sobre geração de conhecimento parcial, mas também a produção de ações coletivas latino-americanas. O termo engajado é utilizado como forma de instigar a proliferação de conhecimentos que reconheçam como política e eticamente comprometidos e apoia-se em abordagens sobre a descolonização do conhecimento, pluralidade metodológica e nas ações-reflexões de movimentos de mulheres indígenas e campesinas pela emancipação/autonomia e defesa de seus territórios. Os dois adjetivos, que acompanham a palavra epistemologia no plural, são trazidos para provocar rupturas com a noção de epistemologia e ciência únicas e permitir a discussão do gênero, raça, etnia, sul-norte. Pretende-se articular as discussões em torno de novas abordagens e respostas para o conflito “capital/vida” ou relações natureza/conhecimento/desenvolvimento. Como metodologia, além de leitura de textos acadêmicos, serão exibidas algumas produções audiovisuais e selecionados para leitura materiais jornalísticos e informações sobre mobilizações sociais recentes. O curso exige boa compreensão do espanhol.

Proposta de Cronograma (sujeito a alterações, avisadas previamente por e-mail).

Bibliografia (parcial)

Fals Borda, Orlando, 1925-2008 (2009). Una sociología sentipensante para América Latina. Victor Manuel Moncayo Compilador. Bogotá: Siglo del Hombre Editores y CLACSO, 492 p.; 21cm.
Carrasco, C. (2003). “A sustentabilidade da vida humana: um assunto de mulheres?” in A produção do viver. Nalu, F.; Nobre M. (Orgs.). São Paulo: SOF.
Dagnino, R. P. (2008). Neutralidade da ciência e determinismo tecnológico. Campinas: Editora Unicamp.
Farah I. H. e Vasapollo L. (cord.) (2011). Vivir Bien: Paradigma no capitalista? La Paz: CIDES/UMSA.
Harding, S. (1998). ¿Existe un método feminista? In E. Bartra (Ed.), Debates en torno a una metodología feminista (pp. 9–34). México: Universidad Autónoma Metropolitana-Unidad Xochimilco.
Haraway, D. (1995). “Saberes localizados: a questão da ciência para o Feminismo e o privilégio da perspectiva parcial”. Cadernos Pagu, número 5, pp. 7-41.
Lacey. H. (2014). Entrevista Flávia Dourado publicada no site do Instituto de Estudos Avançados da USP. “O modelo de Hugh Lacey para a análise da relação entre valores e atividade científica”, publicada em 28/08/2014, disponível em http://www.iea.usp.br/noticias/entrevista-hughlacey.
Lacey. H. (2014). Tecnociência comercialmente orientada ou investigação multiestratégica. Scientia Studia, São Paulo, v.12, n.4, p.669-695.
Keller, E. F. (2006). “Qual foi o impacto do feminismo na ciência?” Cadernos Pagu, número 27, pp. 13-34.
Mendoza, Breny (2010): “La epistemología del sur, la colonialidad del género y el feminismo latinoamericano”. En Espinosa Miñoso, Y. (coord.): Aproximaciones críticas a las prácticas teórico-políticas del feminismo latinoamericano. Buenos Aires: En la frontera.
Melucci, A. (2002). Acción Colectiva, vida cotidiana y democracia, México: El Colégio de México, 2002.
Orozco A. P. (2014). Subversión feminista de la economía. Aportes para un debate sobre el conflicto capital-vida. Madrid: Traficantes de Sueños.
Premebida, Neves e Almeida (2011). Estudos Sociais da C&T e suas distintas abordagens, Sociologias, Sociologias, Porto Alegre, ano 13, n 26, jan./abr. 2011, p. 22-42.
Puleo, A. (2011). Ecofeminismo para otro mundo posible. Madrid: Grupo Anaya/ Edições Cátedra.
Santos, B. de Sousa. (2009). Una epistemologia del Sur. México: Clacso, 2009.
Santos, L. G. (2003) Tecnologia, Natureza e a “Redescoberta do Brasil” in: Politizar as novas tecnologias. São Paulo: Editora 34.
Santos, L. G. (2003) A nova colonização genética. (entrevista com Vandana Shiva) in: Politizar as novas tecnologias. São Paulo: Editora 34.
Sedeño, E. P. (1999). “Feminismo y Estúdios de Ciencia Tecnologia y Sociedad: nuevos retos, nuevas soluciones”. Em Barral, M.J; Magallón C. M; Sanchez M. D. (edts). Interaciones Ciencia y género. Barcelona: Icaria Editorial.
Shiva, V. (1995). El desarrollo, la ecología y la mujer. Ciencia, Naturaleza y Género. In Abrazar la vida. Madrid. Horas y Horas Editorial.
Siliprandi, E. (2000). “Ecofeminismo: contribuições e limites para a abordagem de políticas ambientais”. Revista Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável, v.1 n.1, jan/mar, pp.61 – 71.
Tait, Lima M.M.; (2011). Tecnociência e cientistas: cientificismo e controvérsias na política de biossegurança brasileira. São Paulo: Annablume.
Tait, M.M.L. (2015). Camponesas, feminismos e lutas atuais: resistência e potência na construção de epistemologias do Sul. Revista Mundos Plurales, v.2, n1, maio 2015.
Tait, M.M.L. (2015). Elas dizem não! Mulheres camponesas e a resistência aos cultivos transgênicos. 1. ed. Campinas: Librum Soluções Editoriais.
Materiais jornalísticos (parcial)
Entrevista Silva Rivera Cusicanqui “La disponibilidad de lo inédito”, Março de 2014. Disponível em: http://anarquiacoronada.blogspot.com.br/2014/04/la-disponibilidad-de-lo-inedito.html
Entrevista com Francisca Rodrigues “Queremos construir um socialismo revitalizado, onde desapareça a diferença de gênero”, replicada no site do MST. Disponível em http://www.mst.org.br/2015/04/13/queremos-construir-um-socialismo-revitalizado-onde-desapareca-a-diferenca-de-genero.html.
Reportagem de Lilian Brandt “As 10 mentiras mais contadas sobre os indígenas”, dezembro de 2014. Disponível em http://www.axa.org.br/reportagem/as-10-mentiras-mais-contadas-sobre-os-indigenas/.

 

Audiovisual

1. Milson Betancourt, 2014. Serie de tres documentales que presentan tres casos de conflictos territoriales en la Amazonia Andina a partir de las obras de la IIRSA (Iniciativa de Integración de la Infraestructura Suramericana). https://www.youtube.com/watch?v=sX4zA8QxnmM
2. Vídeo Encontro de Mulheres Zapatistas, 2008. https://www.youtube.com/watch?v=-mu6Fk02IM0
3. Márcia Paraíso/Plural Filmes e Movimento de Mulheres Camponesas de Santa Catarina, 2010. “Mulheres da Terra”. Sobre a vida e práticas de mulheres integrantes do MMC/Santa Catarina. http://www.pluralfilmes.com.br/filme_07.html
4. Conversas del mundo – Silvia Rivera Cusicanqui, 2014.

http://alice.ces.uc.pt/en/index.php/globallearning/conversations-of-the-world/page/2/?lang=pt
Conversa del Mundo entre la socióloga boliviana Silvia Rivera Cusicanqui y el director del proyecto ALICE, Boaventura de Sousa Santos. El encuentro tuvo lugar en instalaciones del hotel Allkamari, al pie del imponente Illimani.