O livro é resultado da disciplina de Jornalismo Cientifico, ministrado pela Profª Sabine Righetti.
Neste ano de 2025, a primeira tese de doutorado a tratar do tema “Jornalismo Científico” comemora 40 anos. Ela foi escrita por Wilson Bueno, pioneiro da área em 1985. Bueno escreve o prefácio da obra lançada esta semana, em que destaca o papel dos grupos de pesquisa de jornalismo no Brasil e a ampliação dos esforços das Universidades em divulgar a ciência produzida.
Entretanto, ainda há um longo caminho a percorrer e diversos pontos que merecem atenção, reflexão e pesquisa. E alguns tópicos ganharam destaque nos 26 textos elaborados por alunas e alunos do Labjor/Unicamp, como trabalho resultante da disciplina oferecida por Sabine Righetti no último ano. Jhonatan Dias Gonzaga, mestrando do programa, também é responsável pela organização.
Durante o lançamento, autoras e autores descreveram como essa produção, na forma de ensaios, permitiu que se encontrassem e se entendessem mais dentro da própria escrita e de como as experiências pessoais podem ser guias na reflexão sobre suas pesquisas e produções.
O livro é organizado em três blocos. No primeiro, “Produção Científica”, destacam-se os textos que ressaltam a importância de repensar os modelos atuais de ciência, como a diversidade de jornalistas e fontes, concentração de produções no sudeste ou a discussão sobre a “ciência desacelerada” de Isabelle Stengers. O bloco “Jornalismo Científico” propõem uma reflexão importante sobre os critérios adotados na escolha das fontes jornalísticas ao abordar temas científicos, abrangendo áreas como educação e meio ambiente. E o terceiro “Divulgação Científica” chama a atenção para como as plataformas digitais favorecem a circulação de informações falsas – prejudiciais à ciência e à sociedade como um todo. Tratam de conceitos como fakenews e do enfrentamento da influência negacionista, que desafia a comunicação e a comunidade científica.
A obra, como escreve Bueno, reflete a missão do Labjor como espaço privilegiado da discussão e de incentivo à produção acadêmica e cientifica sobre jornalismo e divulgação, especialmente diante do desafiador cenário de negacionismo no país. “Isso é muito atual porque a gente vive um momento de crescimento da desinformação, de diferentes autores não institucionais falando sobre ciência e de crise do jornalismo”, comenta Righetti.
Exemplares podem ser adquiridos no site da editora Pontes.
Por Mayra Trinca