O curso abordará temas centrais na filosofia da ciência contemporânea, como a racionalidade da ciência e o realismo científico, tomando como eixo um estudo detalhado do conceito de explicação científica. Procurará conjugar, de forma original, alguns dos textos mais representativos dos debates atuais sobre esse conceito com obras de alguns dos cientistas e filósofos que contribuíram para o desenvolvimento da ciência e filosofia modernas, a partir do século XVII. Pretende-se, com essa abordagem, oferecer aos alunos tanto algumas ferramentas analíticas recentes como um lastro histórico capaz de fundamentar a avaliação do real valor epistêmico das teorias científicas.
Programa:
Após a apresentação de alguns conceitos e teses epistemológicas gerais, o curso se voltará uma análise do conhecimento científico, com ênfase na elucidação das complexas relações entre experiência e teoria, bem como no debate atual sobre a objetividade do conhecimento científico. Serão abordados temas como as funções preditiva e explicativa das teorias científicas, o papel da evidência empírica na avaliação de teorias científicas, valores epistêmicos e valores sociais na ciência, os limites do conhecimento científico.
Programa detalhado do curso (a ser disponibilizado oportunamente em www.unicamp.br/~chibeni )
Avaliação: A avaliação será baseada em trabalho de final de curso, individualizado para cada aluno, em seminários a serem apresentados pelos alunos sobre os projetos para esse trabalho, e na participação efetiva nas aulas. O trabalho deverá ter a forma de um artigo acadêmico. Seu objeto deverá ser a apresentação e análise crítica de um (ou mais) artigo ou livro referentes aos temas centrais discutidos no curso, a ser escolhido pelo aluno, de comum acordo como professor, e diferente para cada aluno.
Bibliografia geral:
(Indicações bibliográficas específicas serão oferecidas oportunamente, tanto durante as aulas como na página da disciplina em www.unicamp.br/~chibeni)
1.Abrantes, P. C. Método e Ciência. Belo Horizonte, Fino Traço, 2014.
2.Chalmers, A. F. What is this Thing called Science? 2nd. ed. Buckingham: Open University Press 1982.
3.Chibeni, S. S. Artigos e Textos didáticos de filosofia da ciência disponíveis no site http://www.unicamp.br/~chibeni
4.Churchland, P. M. & Hooker, C.A. (eds.) Images of Science. Chicago, University of Chicago Press, 1985.
5.Clotet, J. Ciência e ética: Onde estão os limites? Episteme (Porto Alegre), n. 10, pp. 23-29, 2000.
6.Cohen, I. B. The birth of a new physics. London, Peguin, 1992.
7.Cupani, A. A propósito do ‘ethos’ da ciência. Episteme (Porto Alegre), n. 6, pp. 16-38, 1998.
8.Cupani, A. Limites da ciência? Episteme (Porto Alegre), n. 10, pp. 17-22, 2000.
9.Dutra, L. H. Introdução à Teoria da Ciência. Florianópolis, Editora da UFSC, 1998.
10.Feyerabend, P. K. Against Method. London: Verso 1978.
11.Garcia, J. L. e Martins, H. O ethos da ciência e suas transformações contemporâneas, com especial atenção à biotecnologia. Scientiae Studia v.7, n.1, pp. 83-104, 2009.
12.Ghins, M. Uma Introdução à Metafísica da Natureza. Representação, realismo e leis científicas. Curitiba, Editora da UFPR, 2013.
13.Hempel, C. G. The Philosophy of Natural Science. Englewood Cliffs, Prentice-Hall, 1966.
14.Kuhn, T. S. The Structure of Scientific Revolutions. 2nd. ed. Chicago, University of Chicago Press, 1970.
15.Kuhn, T. S. The Road Since Structure. Chicago, University of Chicago Press, 2000.
16.Lacey, H. Ciência, respeito à natureza e bem-estar humano. Scientiae Studia v.6, n.3, pp. 297-327, 2008.
17.Lacey, H. Valores e Atividade Científica – volumes I e II. São Paulo, Associação Filosófica Scientiae Studia/Editora 34, 2008 e 2010.
18.Lacey, H. Is Science Value-Free? Values and Scientific Understanding. London, Routledge, 2005.
19.Lambert, K. & Brittan, G. G. Jr. An Introduction to the Philosophy of Science, Englewood Cliffs, Prentice-Hall, 1970.
20.Laudan, L. Progress and its Problems. Berkeley and Los Angeles, University of California Press, 1977.
21.––––. Science and Values. Berkeley, University of California Press, 1984c.
22.––––. Science and Relativism. Chicago, University of Chicago Press, 1990.
23.––––. Beyond Positivism and Relativism, Oxford, Westview Press, 1996.
24.Losee, J. A Historical Introduction to the Philosophy of Science. 2 ed. Oxford, Oxford University Press, 1980.
25.Marcuse, H. A responsabilidade da ciência. Traduzido do original em inglês por M. M. Pisani. Scientiae Studia v.7, n.1, pp. 158-164, 2009.
26.Nagel, E. The Structure of Science. Indianapolis and Cambridge: Hackett Publishing Company, 1979.
27.Oliva, A. É a ciência a razão em ação ou ação social sem razão? Scientiae Studia v.7, n.1, pp. 105-134, 2009.
28.Oliveira, M. B. & Fernandez, B. P. M. Hempel, Semmelweis e a verdadeira tragédia da febre puerperal. Scientiae Studia, v.5 n.1, p. 49-79, 2007.
29.Popper, K. R. Conjectures and Refutations. 4.ed., revised. London: Routledge and Kegan Paul, 1972a.
30.Popper, K. R. Objective Knowledge. Oxford: Clarendon Press 1972b.
31.Psillos, S. Scientific Realism. How Science Tracks Truth, London and New York, Roudledge, 1999.
32.Smart, J. J. C. Between Science and Philosophy. New York, Ramdom House, 1968.
33.Van Fraassen, B.C. The Scientific Image. Oxford, Clarendon Press, 1980.