Ementa
Esta disciplina aborda as relações entre tecnologia, ciência e cultura, entendidas tanto no sentido estético como no sentido sociológico e antropológico do termo. Será constituída por debates sobre as definições de cultura e de ciência, suas transformações, tensões e relevância na atualidade. A relação entre tecnologia e sociedade também é foco desta disciplina a partir da exploração da cultura do digital e das (tecno)ciências na atualidade.
Programa da disciplina
“Estudos Sociais da Ciência e Tecnologias: Feminismos, Menstruações e Direitos Reprodutivos”
A disciplina tem como objetivo geral proporcionar uma compreensão aprofundada das principais discussões no campo da menstruação e direitos reprodutivos, através de uma perspectiva feminista dos estudos sociais da ciência e tecnologia, dialogando também com outras áreas tais como a antropologia, sociologia, história, dentre outras. Propomos realizar um panorama das pesquisas que estão sendo desenvolvidas na América Latina sobre o tema, em especial no Brasil e na Argentina, com foco em abordagens que privilegiem perspectivas decoloniais e emancipadoras. Para tanto, será um curso de internacionalização que contará com a parceria da Professora Doutora Cecilia Rustoyburu, da Universidad Nacional de Mar del Plata, Argentina.
Metodologia
A cada encontro teremos uma pesquisadora convidada para apresentar recortes de sua pesquisa e depois de sua explanação abriremos espaço para perguntas e discussões com os estudantes, que deverão fazer uma leitura prévia do trabalho a ser discutido.
Avaliação
Como forma de avaliar os estudantes, propomos a realização de um projeto pela turma que consistirá na produção de uma revista virtual de edição única, com trabalhos (textos e fotos) produzidos a partir das provocações realizadas durante o curso.
Programação das aulas e bibliografia
Aula 1 (12/03) – Apresentação do curso
Aula 2 (19/03) – Estranhas entranhas: a menstruação como tema de pesquisa
Daniela Manica
Nessa aula falaremos sobre a menstruação e o sangue menstrual como tema de pesquisa antropológica, explorando múltiplas possibilidades de abordagens sobre seus agenciamentos contemporâneos e potência política para perspectivas feministas sobre ciência e corpo.
Leitura recomendada
MANICA, Daniela Tonelli. Estranhas entranhas: de antropologias, e úteros. AMAZÔNICA: REVISTA DE ANTROPOLOGIA (ONLINE), v. 10, p. 22, 2018.
Complementar
MANICA, Daniela Tonelli; RIOS, CLARICE. (In)visible Blood: menstrual performances and body art. VIBRANT (FLORIANÓPOLIS), v. 14, p. 124-148, 2017. Evento Estranhas entranhas, LEIC, UFRJ, 2017
Aula 3 (26/03) – Menstruação e menopausa como temas tecnopolíticos
Larissa Pelúcio
Em um mundo cada vez mais orientado pela tecnologia, a menstruação e a menopausa se tornam temas que não apenas transcendem o pessoal, mas que ocupam um espaço fundamental nas discussões sobre controle, datificação e vigilância. Através dos aplicativos de monitoramento de ciclos menstruais e de saúde reprodutiva, o capitalismo de vigilância nos apresenta uma nova era de gestão dos corpos, onde as práticas de auto-observação ganham contornos mercadológicos e políticos. O que antes era discutido no espaço privado passa agora a ser gerido e monetizado por grandes empresas que extraem e utilizam dados fisiológicos e emocionais de milhões de pessoas.
Leitura recomendada
PELÚCIO, Larissa Maués. O Sangue na rede: mercado menstrual, menstruapps e tecnopolíticas de resistências. Política & Sociedade, v. 21, n. 51, p. 95-118, 2022.
Leituras complementares
BAUMGARTEN, Nicole. Dataficando a menstruação: uma etnografia com um aplicativo de monitoramento do ciclo menstrual. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social do Departamento de Antropologia Social da Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. 2024.
VÁSQUEZ, Carolina R. Educación Menstrual Emancipadora – Una vía para interpelar la misoginia expresada en el tabú menstrual. Medellín, Colección Estímulos de la Creación. 2022.
Aula 4 (02/04) – Menstruações, estética e política
Gabriela Paleta
Nesta aula discutiremos noções de estética a partir de Preciado, entendo a articulação entre a organização social da vida, a estrutura da percepção e a configuração de uma experiência sensível compartilhada. Retomando uma história da criação dos hormônios sexuais até as primeiras pílulas anticoncepcionais ingeríveis e portáteis, essa noção de estética servirá para articular dimensões políticas que estão implicadas nas mais diversas formas de menstruar e gerir o sangue menstrual. Como objetivo, a proposta deseja trazer material para fomentar um caminho em comum para pensar paradigmas estético-políticos, colocando em perspectiva questões que são levantadas por artes menstruais e disputas em torno do corpo menstrual, considerando experiências no Brasil e na Argentina.
Leitura recomendada
A estética petrossexorracial. PRECIADO, P. In: Dysphoria mundi: o som do mundo desmoronando. Rio de Janeiro: Zahar. 2023. p. 30-32
Farmacopoder. Preciado, P. In: Textojunkie: sexo, drogas e biopolítica na era farmacopornográfica. São Paulo: n-1 editora. 2018. p.157-165; 186-230
Leitura complementar
El cuerpo menstrual em disputa hoy. TARZIBACHI, E. In: Cosa de mujeres: Menstruación, género y poder. Penguin Random House Grupo Editorial Argentina. p.209-301.
MANICA, D.; RIOS, C. (In)visible Blood: menstrual performances and body art. Vibrant, Virtual Braz. Anthr., Brasília, v. 14, n. 1, p.141-124, 2017.
Aula 5 (09/04) – Medicalização da menstruação e as práticas de resistência
Janaina Morais
Nesta aula vamos falar sobre como a medicalização da menstruação acontece e de que maneira tem influenciado as narrativas e práticas das mulheres e outros corpos menstruantes, importando, também, refletir sobre os processos de resistência à medicalização e ressignificação da menstruação e do sangue menstrual, tais como a arte menstrual, as terapias menstruais e a prática da ginecologia autônoma, política e natural.
Leitura recomendada
MORAIS, Janaina de Araujo. Portal Vermelho: uma etnografia sobre corpo, gênero, sangue, emoções e experiência. 2021. Tese (Doutorado) – Instituto de Ciências Humanas. Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2021.
Leitura Complementar
VIEIRA, Elisabeth Meloni. A Medicalização do corpo feminino. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2002.
ROHDEN, Fabíola. O império dos hormônios e a construção da diferença entre os sexos. História, Ciências, Saúde, Manguinhos, Rio de Janeiro, v. 15, supl., p.133-152, jun. 2008.
Aula 6 (16/04) – GynepunkLab: Ginecología como práctica performativa transhackfeminista
Klau Chinche e Janaina Morais
¿Cómo podemos subvertir la dinámica de la violencia médica mediante laboratorios radicales, conjuntos de herramientas, diagnósticos abiertos y redes de apoyo?
La violencia médica es una práctica impresa durante siglos que hereda el abuso desde sus herramientas hasta sus rituales. La violencia médica está ocurriendo, y es un ciclo desafortunado y continuo. ¿Podemos imaginar un «futuro de la salud» en el que puedan subvertirse las jerarquías temporales en lo que respecta a las cuestiones sanitarias? ¿Cómo podemos crear espacios abiertos para informarnos y practicar la prevención, el tratamiento y la curación de nuestras condiciones de «salud/enfermedad»? ¿Cómo pueden el biohacking y el conocimiento y las prácticas DIY proporcionar estrategias y escenarios especulativos para interrupciones efectivas?
Desde una perspectiva de investigación y práctica independientes, profundizaremos en los efectos y las interconexiones de la salud, la tecnología, el género y la diferencia, la influencia artivista/hacker y la experimentación política. El objetivo es revisitar, repensar, codiseñar y desarrollar procesos, herramientas y tecnologías de exploración biológica, desde una perspectiva transhackfeminista, centrándonos en el diagnóstico de bajo coste para la autogestión de la salud a través de herramientas y técnicas.
Leituras recomendadas
> Entrevista: arte medicina y brujeria para descolonizar lxs cuerpxs https://hysteria.mx/klau-chinche-en-entrevista-arte-medicina-y-brujeria-para-decolonizar-lxscuerpxs/
>> De Gynepunk al Movimiento Insurrecto por la Autonomía de una Misma https://www.pikaramagazine.com/2021/12/gynepunk-al-movimiento-insurrecto-la-autonomiauna-misma/
>> Cyborg-Brujas: BioHacking y Laboratorios caseros https://lagat4ylaurn4.wordpress.com/2016/07/25/cyborg-brujas-biohacking-y-laboratorioscaseros/
>> Redibujar y renombrar nuestro cuerpo https://discordiamag.com/2021/10/20/redibujar-y-renombrar-nuestro-cuerpo/
Leitura complementar:
SAN MARTIN, Pabla Pérez. Manual Introductorio a la Ginecología Natural. [s. l.]: Ginecosofia Ediciones, junio 2015.
Aula 7 (23/04) – Corpos que menstruam: homens trans e pessoas não binárias na umbanda de Omoloko Aldeia Pena Azul
Michelle Perez e Clarissa Reche
Nesta aula, vamos discutir sobre os papéis sociais que os homens trans e pessoas não-binárias menstruades possuem dentro do terreiro de umbanda de omoloko a partir dos saberes das entidades espirituais.
Leitura Recomendada
SANTOS, Michelle Perez dos. Corpos que menstruam: homens trans e pessoas não binárias na umbanda de Omoloko Aldeia Pena Azul. Relatório Final PIBIC, Universidade Estadual de Campinas, 2024.
Leitura Complementar
GAMA, Lígia Barros. Kosi ejé kossi orixá: simbolismo e representações do sangue no candomblé. Dissertação (mestrado) Universidade Federal de Pernambuco. Programa de Pós-Graduação em Antropologia.
NASCIMENTO, Wanderson Flor do. Transgeneridade e Candomblés: notas para um debate. Revista Calundu, [S. l.], v. 3, n. 2, p. 18, 2019.
SILVA, Lucielma Lobato. Tabu e poder político: um estudo da interdição feminina na tradição religiosa afro-paraense mina nagô. Margens, [S.l.], v. 8, n. 11, p. 89-110, aug. 2014
Aula 8 (30/04) – Menstruação (djispoze e lalin) entre as mulheres Karipuna
Ana Manoela Karipuna
Nesta aula tratarei sobre como a menstruação é vivenciada entre as mulheres indígenas Karipuna. A menstruação, para as Karipuna, tem a ver com a aquisição de gênero; ruptura da infância para a vida adulta; com a saúde do corpo feminino; com os casamentos; com a gravidez; com os cuidados com a limpeza do território e as relações cosmológicas com os karuãnas “donos dos lugares”. A partir disto apresentarei “como a menstruação está na cosmologia Karipuna?”; “Quais são as suas características e significados?”; “Quais são as transformações históricas que ocorreram com relação a ela?”. Inserem-se nestes debates, também, os relatos da própria autora para com o seu djispoze e lalin (menstruação) e suas interrelações entre o modo de menstruar Karipuna e o modo menstruar das não indígenas com quem convive. Os debates desta aula estão relacionados ao artigo “Sangue feminino: Quando as mulheres Karipuna encontram com a lua” publicado por Ana Manoela Karipuna no dossiê Corpo e Menstruação na Amazônia Indígena.
Leitura Recomendada
PRIMO DOS SANTOS SOARES, Ana Manoela. Sangue feminino: Quando as mulheres Karipuna encontram com a lua. In: Dossiê Corpo e Menstruação na Amazônia Indígena. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, 31(3). 2023.
Leitura complementar
BELAUNDE, Luisa. A força dos pensamentos, o fedor do sangue. Hematologia e gênero na Amazônia. Revista de Antropologia 49(1):205-243. 2006.
TASSINARI, A. A “mãe do corpo”: conhecimentos das mulheres Karipuna e Galibi-Marworno sobre gestação, parto e puerpério. Horizontes Antropológicos, 60(1), 95-126. 2021.
Aula 9 (07/05) – Manchando: (o que) fazer (com) a menstruação. As antropólogas e suas menstruações
Clarissa Reche Nunes da Costa
Nesta aula, vamos abordar como a produção de conhecimento científico contém em si os modos como socialmente lidamos com as menstruações. Para tanto, vamos conhecer alguns relatos de experiências de menstruação que antropólogas vivenciaram durante o trabalho de campo, em especial em territórios indígenas. Como é de se esperar, tais experiências raramente compõem as etnografias que tais pesquisadoras confeccionaram. Ao abrir espaço para falar e pensar sobre essas experiências, podemos observar como que as menstruações são importantes para a construção de saberes situados e objetividade forte.
Leitura recomendada
COSTA, Clarissa Reche Nunes da. Experimento 01: As antropólogas e suas menstruações. Manchando: (o que) fazer (com) a menstruação. Estratégias e experimentos para vazar questões feministas através das tecnociências. Tese (Doutorado em Ciências Sociais) – Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Estadual de Campinas. Campinas, 2024.
Leitura complementar
ALMEIDA, Heloisa B. Mulher em campo: reflexões sobre a experiência etnográfica. In: Heloisa B. et alii (org.). Gênero em Matizes. Bragança Paulista: Editora da Universidade São Francisco, 2002.
OWEN, Lara. Researching the researchers: the impact of menstrual stigma on the study of menstruation. Open Library of Humanities, n.8, 2022, pp. 1–25.
SARDENBERG, Cecilia Maria Bacellar. De sangrias, tabus e poderes: a menstruação numa perspectiva sócio-antropológica. Revista Estudos feministas, n. 2. 1994.
Aula 10 (14/05) – Para além das “prescrições” da boa maternidade: pensando a amamentação a partir de estudos de gênero e feminismos
Marina Nucci
Nesta aula refletiremos sobre diferentes relações e sentidos atribuídos à amamentação e ao leite humano – símbolo da “boa maternidade” e substância considerada “o melhor alimento para os bebês”, mas cercados de regras e vigilâncias. Procuraremos, assim, analisar aspectos morais que regulam a amamentação pensando, de um lado, nas políticas, prescrições e protocolos sobre o aleitamento no Brasil, e por outro, em um amplo leque de experiências de pessoas que amamentam.
Leitura Recomendada
NUCCI, Marina; FAZZIONI, Natália. Amor ou risco? Refletindo sobre sentidos, regulações e orientações a respeito do leite materno a partir de casos de “amamentação cruzada”. Horizontes Antropológicos, v. 27, p. 291-322, 2021.
Leitura Complementar
KALIL, Irene; AGUIAR, Adriana. Silêncios nos discursos pró-aleitamento materno: uma análise na perspectiva de gênero. Estudos Feministas, v. 25, n. 2, p. 637-660, 2017. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ref/a/JfhzM9SXMSGKTD55WnTXwJy/abstract/?lang=pt
NUCCI, Marina; RUSSO, Jane. Ciência, natureza e moral entre consultoras de amamentação. In: SILVA, Cristina Dias. (Org.). Saúde, corpo e gênero: perspectivas teóricas e etnográficas. 1ed.: Editora UFJF, 2021, p. 70-86. Disponível em: https://www2.ufjf.br/editora/wp-content/uploads/sites/113/2021/12/SAUDE-E-CORPO-2.pdf
FAZZIONI, Natália; LERNER, Katia. Agenciamentos de mulheres que amamentam: refletindo sobre amamentação, maternidade e internet no Brasil. Interface – Comunicação, Saúde, Educação, v. 28, e220698, 2024. Disponível em: https://www.scielo.br/j/icse/a/MKbqBpjxmQWvMXQ54s3kNXS/
NUCCI, Marina. Para além das “prescrições” da boa maternidade: pensando a amamentação a partir dos estudos de gênero e feminismos. Interface, v. 28, p. e230586, 2024. Disponível em: https://www.scielo.br/j/icse/a/v9kSCshhQsHW7Gr4nZqp59S/
Aula 11 (21/05) – As novinhas e as dinâmicas de desejo e acusação em contextos de periferias
Camila Fernandes
A aula visa problematizar a figura da “novinha” enquanto categoria articuladora de idade e comportamento, na interface com outros marcadores sociais da diferença, tais como gênero, território, raça e sexualidade. A partir de etnografia realizada em duas favelas do Rio de Janeiro, discuto as tensões que pesam sobre as “novinhas”: o uso das roupas curtas, a “afronta”, o “medo de engravidar”, as acusações sobre usurpação de relações afetivas e a provocação de homens mais velhos. Ao final, apresento de que maneira a relação entre performance e enquadramento evidencia um campo de tensões mais amplo relativo à sexualidade feminina que atualiza um imaginário racializado e colonial acerca de meninas negras e moradoras de favela.
Leitura Recomendada
FERNANDES, C.. Desejo e acusação: a “novinha” e a sexualidade feminina como fonte de tensão. Cadernos Pagu, n. 68, p. e236804, set. 2023.
Leitura Complementar
BRANDÃO, E. R.; CABRAL, C. DA S.. Juventude, gênero e justiça reprodutiva: iniquidades em saúde no planejamento reprodutivo no Sistema Único de Saúde. Ciência & Saúde Coletiva, v. 26, n. 7, p. 2673–2682, jul. 2021.
FERNANDES, Camila. Rasgos da reprodução. Revista Inteligência, Rio de Janeiro, ano XXV, n. 102, setembro de 2023.
Aula 12 (28/05) – Adolescencia, sexualidad y tecnologías reproductivas: políticas sexuales e implantes subdérmicos anticonceptivos en Argentina
Cecilia Rustoyburu
En este encuentro abordaremos cómo se han introducido los implantes subdérmicos anticonceptivos en Argentina. Nos interesa presentar este caso porque nos permite problematizar las políticas de sexualidad focalizadas en adolescentes en un país que experimentó, durante unos quince años, un proceso de ampliación de derechos sexuales y reproductivos. Tensionaremos las retóricas de autonomía en el que se inscribieron esas tecnologías con su guion de diseño y su imbricación con el control de la natalidad en poblaciones de países subdesarrollados. Trabajaremos en torno de nuestras pesquisas sobre las experiencias somáticas de las usuarias y las prácticas de lxs profesionales de la salud.
Leitura Recomendada
RUSTOYBURU, C. ARIZA, L. Autonomy in austerity times. Examining the implementation of hormonal implants in Argentina. Medical Anthropology. 41(6-7), 747-761, 2022.
Leitura Complementar
HARDON, A. Contesting contraceptive innovation – Reinventing the script. Social Science; Medicine, 62(3), 614-627, 2006
MORGAN,, L. M. Reproductive Rights or Reproductive Justice? Lessons from Argentina. Health and Human Rights, 17(1), 136, 2015
RUSTOYBURU, C. Los implantes anticonceptivos en Facebook. Un estudio etnográfico en un grupo de usuarias en una red social. Redes. Revista de Estudios sociales de ciencia y tecnología. 29(56), 2023.
Aula 13 (04/06) – La construcción socio-técnica del misoprostol como droga abortiva
Natacha Mateo
En esta clase se trabajará sobre el proceso socio-técnico por el cual se establecen una serie de indicaciones para el uso abortivo del misoprostol en Argentina en el período 2000-2018. Aunque nos centraremos en este recorte espacio-temporal, se establecerán diálogos con el proceso de construcción del mismo artefacto en Brasil durante la década anterior, con el fin de establecer una comparación con el proceso argentino. Al hacer hincapié en este proceso de co- construcción tecnológica, analizaremos los diferentes grupos sociales relevantes que participaron del mismo, centrándonos en los/as profesionales de la salud, las mujeres que utilizaron la medicación con fines abortivos y el movimiento feminista.
Leitura Recomendada
MATEO, N. El misoprostol como fármaco abortivo: El proceso de co-construcción de su posología. Ciencia Docencia y Tecnología, 34(67), 2023.
Leitura Complementar
MATEO, N. La primera aparición del misoprostol en el escenario latinoamericano: Su incorporación en prácticas ginecobstétricas. En Ciencia, tecnología y sociedad. Abordajes desde Argentina, Brasil y México. Vol. 21. Instituto de Investigaciones Sociales UNAM, 2023.
VÁZQUEZ, S.; SZWARC, L. Aborto medicamentoso. Transferencias militantes y transnacionalización de saberes en Argentina y América Latina. RevIISE, 12(12), 163-177, 2018.
ZORDO, S. D. The biomedicalisation of illegal abortion: The double life of misoprostol in Brazil. História, Ciências, Saúde-Manguinhos, 23(1), 19-36 2016.
Aula 14 (11/06) – ¿Solo las mujeres menstrúan? Testosterona, menstruación y cuerpos hormonales en experiencias de jóvenes transmasculinos
Melina Antoniucci
En la clase trabajaremos alrededor de experiencias sobre la menstruación de jóvenes transmasculinos de Argentina que han realizado el proceso de hormonación con testosterona. Indagaremos la manera en que aparece un ideario de cuerpo cíclico, hormonal e inestable vinculado a la biopolítica del género. Problematizaremos distintos actores y espacios que contribuyen a co-construir discursos sobre la menstruación como el espacio público, particularmente los baños, las instituciones escolares y el mercado de la higiene menstrual. También analizaremos experiencias y relatos que ponen en el centro la trans/menstruo/repronormatividad para pensar otras experiencias y preguntas posibles en torno a la menstruación.
Leitura Recomendada
ANTONIUCCI, M. Capítulo 6: La biología no es origen ni destino. Tecnologías biomédicas de modificación corporal. ¿Acaso no soy un hombre? Experiencias de transmasculinidades en torno a la identidad, la corporalidad y la (in)visibilidad en Mar del Plata, Argentina. Tese (Doutorado), Comunicación Social, Universidad Nacional de Mar del Plata, Mar del Plata, 2024.
Leitura Complementar
ANTONIUCCI, M; MESKE, V. El sexo en disputa: Regulación y materialización corporal del género en un contexto de despatologización de la identidad. Historia y sociedad, 40, 198-223. 2021
RADI, B. Injusticia reproductiva: Entre el derecho a la identidad de género y los derechos sexuales y reproductivos. En Salud feminista. Soberanía de los cuerpos, poder y organización. Fundación Soberanía Sanitaria (Eds.) y Tinta Limón, 2019.
CONTRERAS, Leah Muñoz. Nuevo materialismo y nueva biopolítica. Diferencia sexual y cuerpo trans. Interdisciplina 12 (32), 205-230, 2024.
Aula 15 (18/06) – Encerramento