Cultura da Participação
Questões norteadoras:
É possível pensar em uma cultura da participação? O que é participação e o que é interação? Quais as diferenças entre a cultura do espectador e a cultura da participação?
Como estes dois modos culturais aparecem em seus desdobramentos na produção de saber, na política, na arte e na ocupação do espaço urbano? Que estratégias podemos utilizar para fazer significar nos e para os sujeitos o sentido do participativo?
A disciplina investigará os conceitos de participação em seus aspectos éticos, estéticos e políticos, visando observar o quanto essas questões estão entrelaçadas no que diz respeito à prática dos sujeitos nos espaços urbanos.
Durante a disciplina serão estudados os entendimentos a respeito de participação tanto de maneira teórica quanto prática – por meio de performances artísticas e atividades lúdicas. Os textos utilizados como referência serão de autores tais como Ranciere, Foucault, Hélio Oiticica, Janet Murray, bem como, práticas artísticas elaboradas com vistas à participação, tais como as de Lucinda Childs, Simone Forti, Steve Paxton, Hélio Oiticica, além de Larps (Live Actions Roleplaying). Serão discutidos os textos apresentados na disciplina e ao final os alunos terão de realizar um trabalho prático e redigir um texto sobre o processo vivenciado.
Bibliografia:
FIADEIRO, J, EUGÊNIO, F. Secalharidade como ética e como modo de vida: o projeto AND_Lab e a investigação das práticas de encontro e de manuseamento coletivo do viver juntos. In: Revista Urdimento 19. Universidade do Estado de Santa Catarina. Programa de pós-graduação em teatro 19. Florianópolis: UDESC, 2012.
FOUCAULT, M. A hermenêutica do sujeito. São Paulo, Martins Fontes, 2006.
____________. Vigiar e Punir. 20 ed. Petrópolis, Vozes, 1999.
____________. NIetzsche, Freud, Marx. Bogotá: Revista Eco nº 133/5.
HAGGREN, K. LARSON, E. NORDWALL, L. WIDING, D. DELTAGARKULTUR. Copenhague: Bokförlaget Korpen, 2009. (versão traduzida para o inglês pelos autores e não publicada – Interacting Arts 2013).
JUSTINO, M.J. Seja marginal, seja herói: Modernidade e pós-modernidade em Hélio Oiticica. Curitiba: Editora da UFPR, 1998.
JACQUES, P.B. Estética da ginga: A arquitetura das favelas através da obra de Hélio Oiticica. 3º ed. Rio de Janeiro: Casa da palavra, 2003.
MURRAY, J. Hamlet no Holodeck: o futuro da narrativa no ciberespaço. São Paulo: Itaú Cultural/Unesp. 2003.
OITICICA, H. Aspiro ao grande labirinto. Rio de Janeiro, Rocco, 1986.
ORLANDI, E. P. Desorganização cotidiana. In: Escritos. V. nº 1.Campinas: Laboratório de estudos urbanos (Labeurb/Nudecri) da UNICAMP.
RANCIERE, J. O espectador emancipado. São Paulo: Martins Fontes, 2014.
___________. O ódio à democracia. São Paulo: Boitempo, 2014.
ROBIN, R. A Memória Saturada. São Paulo: Ed. UNICAMP, 2016.
SARTURI, A. Quando os dados (não) rolam: jogo, teatralidade e performatividade na interação entre o Roleplaying Game e o Process Drama. Florianópolis: Programa de pós-graduação em teatro (PPGT/UDESC). 2012. Dissertação de mestrado.
TIBURI. M. Como conversar com fascistas: Reflexões sobre cotidiano autoritário Brasileiro. Rio de Janeiro/São Paulo: Record, 2017.