Epistemologias situadas e engajadas – corpos e contextos na produção de conhecimentos, políticas e outros futuros possíveis.
O curso estará voltado a pensar a produção de conhecimentos a partir de algumas “epistemologias situadas e engajadas” desenvolvidas por teóricos/as e coletivamente (movimentos sociais, organizações, coletivos, associações, etc.). O termo situado refere-se, principalmente, a perspectivas feministas sobre geração de conhecimento parcial, mas também a produção de ações coletivas latino-americanas. O termo engajado é utilizado como forma de instigar a proliferação de conhecimentos que reconheçam como política e eticamente comprometidos e apoia-se em abordagens sobre a descolonização do conhecimento, pluralidade metodológica e nas ações-reflexões de movimentos de mulheres indígenas e campesinas pela emancipação/autonomia e defesa de seus territórios. Os dois adjetivos, que acompanham a palavra epistemologia no plural, são trazidos para provocar rupturas com a noção de epistemologia e ciência únicas e permitir a discussão do gênero, raça, etnia, sul-norte. Pretende-se articular as discussões em torno de novas abordagens e respostas para o conflito “capital/vida” ou relações natureza/conhecimento/desenvolvimento. Como metodologia, além de leitura de textos acadêmicos, serão exibidas algumas produções audiovisuais e selecionados para leitura materiais jornalísticos e informações sobre mobilizações sociais recentes. O curso exige boa compreensão do espanhol.
*Trabalho final: O trabalho define mais de 70% da nota final. Outros 30% serão divididos entre participação/presença em aula e outras atividades a serem desenvolvidas no decorrer do curso, como apresentação da proposta. O trabalho poderá ser desenvolvido em 4 possibilidades/formatos:
1) Artigo ensaístico que remeta a discussões de temas, autores e abordagens da disciplina -7 a 12 páginas contando bibliografia – individual.
2) Reportagem jornalística, além de um tema/questão factual, deverá apresentar reflexões, críticas, análises do autor/a que remetam às discussões teóricas da disciplina – mínimo 5 páginas – individual ou até 3 pessoas.
3) Blog ou produtos web – desenvolver além de um tema, análises críticas e reflexões do autor/a que remetam aos discussões teóricas da disciplina – individual ou até 3 pessoas.
4) Produções em fotografia, instalações artísticas, outras – além da produção final, os que optarem por esta opção, deverão apresentar uma parte textual de no mínimo 4 páginas que remeta aos conceitos e discussões teóricas da disciplinas e concepções do próprio projeto desenvolvido – individual ou até 3 pessoas.
* A Entrega trabalho final definitivo até 10/12 por e-mail.
* Para comunicação enviar e-mail para marcia.tait@gmail.com (não responderei por redes sociais).
Bibliografia (parcial)
Acosta, A. (2016) Bem Viver – Uma oportunidade para imaginar outros mundos. São Paulo: Editora Elefante.
Carrasco, C. (2003). A sustentabilidade da vida humana: um assunto de mulheres?. In A produção do viver. Nalu, F.; Nobre M. (Orgs.). São Paulo: SOF.
Apostila do Curso Invetigación acción– Universidad Autónoma de Madrid.
Dagnino, R. (2002). Enfoques sobre a relação ciência, tecnologia e sociedade: neutralidade e determinismo. In: OIE. Sala de Lectura CTS+I de la OEI.
Dagnino, R. A tecnologia social e seus desafios (2014). In: Tecnologia Social: contribuições conceituais e metodológicas [online]. Campina Grande: EDUEPB, 2014, pp. 19-34.
Fals Borda O. (2019) Capítulo IV. Ciencia y práxis. In: Una sociologia sentipensante para América. Bogotá: Clacso, 2009.
Feenberg, A. (2010) Teoria Crítica da Tecnologia: Um panorama. In A teoria A Teoria Crítica de Andrew Feenberg: racionalização democrática, poder e tecnologia, Brasília: UNB.
Femenias, M. L. (2007) Esbozo de un feminismo latinoamericano. Rev. Estud. Fem. Florianópolis, v. 15, n. 1, p. 11-25, Apr. 2007.
Harding, S. (1998) ¿Existe un método feminista? In E. Bartra (Ed.), Debates en torno a una metodología feminista (pp. 9–34). México: Universid ad Autónoma Metropolitana-Unidad Xochimilco.
Haraway, D. (1995) “Saberes localizados: a questão da ciência para o Feminismo e o privilégio da perspectiva parcial”. Cadernos Pagu, número 5, pp. 7-41.
Lacey, H.; Barbosa Oliveira, M. (2001). Prefácio Shiva, V; Biopirataria: A pilhagem da Natureza e do Conhecimento. São Paulo: Vozes.
Maffia, D. (2005). Epistemología Feminista: por una inclusión de lo femenino en la ciencia. In N.
- Graf & J. Flores (Eds.), Ciencia, tecnología y género en Iberoamérica (pp. 623–633). México DF: Universidad Autónoma de México – Plaza y Valdés.
Mendoza, B. (2010). “La epistemología del sur, la colonialidad del género y el feminismo latinoamericano”. En Espinosa Miñoso, Y. (coord.): Aproximaciones críticas a las prácticas teórico-políticas del feminismo latinoamericano. Buenos Aires: En la frontera.
Melucci, A. (2002) Acción Colectiva, vida cotidiana y democracia. México: El Colégio de México, 2002.
Miñoso, Yuderkys Espinosa; Correal, Diana Gómez e Muñoz, Karina Ochoa (2014). Tejiendo de otro modo: feminismos, epistemologias y apuestas decoloniales en Abya Yala. Editorial Universidad del Cauca.
Orozco A. P. (2014) Subversión feminista de la economía. Aportes para un debate sobre el conflicto capital-vida. Madrid: Traficantes de Sueños.
Restrepo, E.; Rojas, A. (2010). La inflexión decolonial: fuentes, conceptos y cuestionamientos.
Popayán: Instituto Pensar, Editorial Universidad de l Cauca.
Santos, B. de Sousa. (2009) Una epistemologia del Sur. México: Clacso, 2009.
Santos, B. de Sousa (2010) Descolonizar el saber, reorientar el poder. Montevideo: Ediciones Trilce.
Santos, L. G. (2003) Tecnologia, Natureza e a “Rede scoberta do Brasil” in: Politizar as novas tecnologias. São Paulo: Editora 34.
Santos, L. G. (2003) A nova colonização genética. (entrevista com Vandana Shiva) in: Politizar as novas tecnologias. São Paulo: Editora 34.
Sedeño, E. P. (1999). “Feminismo y Estúdios de Ciencia Tecnologia y Sociedad: nuevos retos, nuevas soluciones”. Em Barral, M.J; Magallón C. M; Sanchez M. D. (edts). Interaciones Ciencia y género. Barcelona: Icaria Editorial.
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Tait, Lima M.M. (2015). Elas dizem não! Mulheres camponesas e resistência aos cultivos transgênicos. Campinas: Librum.
Tait, Lima, M. M; Batista, P. C. Gênero e Raça na interface tecnociência, cultura e política (2018). Dossiê Comciencia 197.
Tait, M. Tecnociência e cientistas: cientificismo e controvérsias na política de biossegurança brasileira. São Paulo: Annablume, 2011. Capítulos 4 e 5.
Materiais jornalísticos, palestras, conferências
Palestra TED – Chimamanda Adichie – O perigo de uma história única
https://www.ted.com/talks/chimamanda_adichie_the_danger_of_a_single_story?language=pt-br#t-108260
Conversatorio “Buen vivir, Sumak kawsay: una oportunidad para imaginar otros mundos”.
Participaron: Alberto Acosta, Ariruma Kowii y Santiago Arboleda. Moderador: Ramiro Ávila Santamaría, Universidade Simón Bolivar, Equador, 2015. (46 min)
https://www.youtube.com/watch?v=JSTjNhS8qi0
Conversa del Mundo entre la socióloga boliviana Silvia Rivera Cusicanqui y Boaventura de Sousa Santos. El encuentro tuvo lugar en instalaciones de l hotel Allkamari, al pie del imponente Illimani”
na Bolívia, 2014. (60 min)
https://www.youtube.com/watch?v=xjgHfSrLnpU&t=2178s
Reportagem de Lilian Brandt “As 10 mentiras mais contadas sobre os indígenas”, dezembro de 2014. Disponível em http://www.axa.org.br/reportagem/as-10-mentiras-mais-contadas-sobre-os-indigenas/
Ensaio As armadilhas do lugar de fala na política. Disponível em: https://ensaiosdegenero.wordpress.com/2017/01/12/as-armadilhas-do-lugar-de-fala-na-politica-contemporanea/
Entrevista Amaia Orozco, Pensamento Feminista e outras perspectivas críticas e novas instituições democráticas e crise na política, 2015. (10 min)
https://www.youtube.com/watch?v=KW0bcz6I1Fk
Conferência Yayo Herrero Propostas Ecofeministas para transitar para outro mundo justo e sustentável, 2013. (70 min)
https://www.youtube.com/watch?v=Eq-jysIgnIs
Conferência Boaventura de Sousa Santos. Descolonizando o pensamento crítico.
Seminario Internacional “Rumbos de la descolonización, retos del pensamiento crítico”. Cidade do México,
- (55 min)
https://www.youtube.com/watch?v=ZnMYIDNOJEo
TED Eliane Brum – Belo Monte – a memória afogada
https://www.youtube.com/watch?v=jF6wi49nSfM
Documentários
- Milson Betancourt, 2014. Série de três documentários sobre impactos do IIRSA (Iniciativa de Integración de la Infraestructura).
1 Con sangre viene el desarrollo (Peru, fronteira Brasil e Bolívia, 40 min)
https://www.youtube.com/watch?v=N44kKHtPPIA
2 “La maquina se friega, pero el territorio queda” (Bolívia, 34 min)
https://www.youtube.com/watch?v=sX4zA8QxnmM
3 “Nuestro desarrollo es volver al origen”. (Colômbia 32min)
https://www.youtube.com/watch?v=Yuc5Vgk1SuY
- Paula Constante. Capacetes coloridos, 2007. Documentário sobre possibilidades na construção, moradia e espaço urbano, traça um paralelo entre o canteiro de obras da ampliação do campus da USP Leste e o canteiro do mutirão autogerido da Associação Paulo Freire (ligada ao Movimento dos Trabalhadores
Sem Terra Leste 1 de São Paulo). https://vimeo.com/13259606/ . Vídeos arquiteturas/outros http://www.usina-ctah.org.br/videos.html
- Mulheres da Terra. Márcia Paraíso/Plural Filmes e Movimento de Mulheres Camponesas de Santa Catarina, 2010. (21 min) http://sementeia.org/2014/11/mulheres-da-terra/
- Mulheres do Quintal ao Mar. Documentário produzido para o Centro Feminista 8 de Março, de Mossoró, sobre o projeto Mulheres do Quintal ao Mar, 2015. (11min)
https://www.youtube.com/watch?v=gz7l84yXwLQ
- As sementes, 2015. Direção: Beto Novaes e Cleisson Vidal. Apoio: Ministério do Desenvolvimento Agrário. (30 min). https://www.youtube.com/watch?v=CCZcOCcm-9Q
- Mulheres das Águas: Beto Novaes, 2016. (32min)