Com um recorte histórico que parte dos anos 1950, o jornalista, cientista social e doutor em Antropologia Rafael Evangelista traz uma abordagem original das ações e do pensamento hacker, esses apaixonados por tecnologia que adquirem prestígio entre seus pares a partir do enfrentamento de problemas complexos e suas ações criativas no desenvolvimento de software. O autor mostra como o hacking se consolidou no movimento do software livre e como essa mobilização tecnológica, enraizada nas práticas colaborativas e na produção do comum, obteve no Brasil um terreno fértil para a sua expansão. Segundo Evangelista, a ação e a ética hackers foram determinantes na construção dos sistemas que organizam as redes de comunicação digital e nos usos que fazemos delas hoje. Longe de uma apologia às potencialidades das grandes calculadoras que recebiam, então, o nome de computadores, Rafael Evangelista dedica parte do livro aos riscos à democracia abertos com as possibilidades de controle e vigilância dos cidadãos. Com título que remete ao poema de Richard Brautigan (Todos assistidos por máquinas de adorável graça), o livro é o segundo volume da coleção Democracia Digital, organizada pelo professor e sociólogo Sergio Amadeu da Silveira, com edição exclusivamente para o formato digital.